Goiânia, 09 de junho de 2010
Conforme orientação do Comando Nacional de Greve, foi realizada hoje, dia 09 de junho de 2010, na área de lazer da ASIBAMA-GO a Assembléia Geral dos servidores do Estado de Goiás com o indicativo de saída da greve e manutenção do estado de Greve. Estiveram presentes 30 servidores (IBAMA e ICMBio) que se encontravam em greve e uma representante do Sindsep-GO, a Sra. Márcia Jorge.
A Assembléia teve início às 9:35 em segunda chamada com a leitura do informe n° 37 de 08/06/10 do Comando Nacional de Greve que traz diversas deliberações, as quais foram amplamente discutidas.
Além do informe 37, foi lido e discutido um documento repassado a diversos servidores, de autoria da servidora Renata Brasileiro da APA Cairuçu-RJ. O principal assunto acerca deste documento se refere as precárias condições de trabalho enfrentadas pelos servidores da área ambiental e na postura dos servidores em aceitar essas condições, propondo com isso uma mudança de paradigma.
Foi informado também pela representante do Sindsep-GO que haverá uma reunião com o Governo para tratar de assuntos referentes às reivindicações dos servidores da área ambiental no dia 16/06/10.
Levantou-se a possibilidade de composição de um documento a ser encaminhado aos candidatos ao governo de Estado de Goiás acerca do descaso que a questão ambiental vem sendo tratada no Estado.
Diante das intensas discussões acerca dos assuntos expostos, os servidores deliberaram por:
- Saída da greve e manutenção do estado de greve. A decisão foi quase unânime com apenas um voto contrário.
- Indicativo de vigília e paralisação de 12 horas (das 8:00 às 18:00) no dia 16/06/10 caso haja de fato a reunião com a SRH/MP.
- Criar um grupo de trabalho local que se reunirá constantemente para discutir diversos assuntos como: cobrar solução e não aceitar condições adversas de trabalho, situação ambiental grave do Estado de Goiás, criação de documentos aos candidatos a governador sobre a questão ambiental do Estado, cobrança de atitudes e articulação com outros órgãos da administração pública acerca dos problemas ambientais do Estado, fortalecimento da Asibama local, mobilização dos servidores para movimentos paredistas futuros e outros assuntos relativos aos servidores bem como o fortalecimento das Instituições no Estado (IBAMA e ICMBio).
- Endosso das moções de repúdio constantes no Informe 37 do Comando Nacional de Greve que tratam do assédio moral do governo Lula aos grevistas do INEP e FNDE do Distrito Federal e ao Sr. Guilherme Brandão (MMA) que avaliou negativamente servidoras em razão da participação do movimento paredista.
- Confecção de faixas para serem colocadas na entrada do prédio da SUPES/GO acerca da saída da greve e mobilização em estado de greve.
- Comunicar ao superintendente do Ibama em Goiás e demais chefias do ICMBio sobre a saída da greve e manutenção do estado de greve.
Atenciosamente,
COMANDO DE GREVE DE GOIÁS DO IBAMA E ICMBio
Prezados Colegas
Gostaria de deixar registrado neste blog e em nome do
Luciano cumprimentar todos as pessoas que se colocaram
com as suas idéias e pensamentos o que gerou uma fonte
de informação, atualização e fortalecimento de nosso movimento. Em Goiânia e em Brasília locais em que estivemos,
foram momentos importantes. Se alguém nos chamaou de amadores, imaginem quando formos profissionais!
Fizemos reflexões em Goiânia e gostaria de compartilhar um
texto apresentado na ocasião nos nossos momentos de
Assembléia.
Fura-greves QUE sois
Uma das grandes vantagens de ser humano é ter a condição de falar, de exprimir-se por meio vocal o que normalmente vem do chamado pensamento. Melhor dizendo o exercício do pensar.
E o que é o pensar?
Elaborei então no meu pensamento a idéia de me resguardar e buscar no conhecimento e história humana o que já foi falado sobre:
“Pensamento
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma e processo mental. Pensar permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. Palavras que se referem a conceitos e processos similares incluem cognição, senciência, consciência, ideia, e imaginação. O pensamento é considerado a expressão mais “palpável” do espírito humano, pois através de imagens e idéias revela justamente a vontade deste.
O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem (vide Piaget). O pensamento é construto e construtivo do conhecimento.
O principal veículo do processo de conscientização é o pensamento. A atividade de pensar confere ao homem “asas” para mover-se no mundo e “raízes” para aprofundar-se na realidade.
Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo, podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.
Segundo Descartes (1596-1650), filósofo de grande importância na história do pensamento, “a essência do homem é pensar”. Por isso dizia: “Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente”.
O pensamento faz a grandeza ou a pequenez do homem. A grandeza decorre do pensamento bem pensado, que avalia a multiplicação do real e se esforça para desvendá-lo atentamente, saboreando sua riqueza e diversidade. Tal pensamento aprendeu a filosofar: a desejar amorosamente a verdade, a amar a sabedoria.
A pequenez humana decorre do pensamento obscuro, mesquinho que desconhece o sabor da busca do saber. Esse tipo de pensamento transforma-se em meio de ocultação da realidade. Por meio dele a atividade pensante, em vez de servir à liberdade pode transformar-se em instrumento de dominação social.”
Ora, se tenho esta tão grande capacidade e posso verbalizá-la é sinal de que posso e tenho condições de enxergar o que acontece comigo e com os meus semelhantes. Participo do mundo em que estou do momento em que acordo até o momento de repousar.
Tenho condições sim de avaliar quando a temperatura está alta ou baixa, se está chovendo, se o trânsito está calmo, se o ônibus está demorando, se os preços estão subindo, se posso ou não posso adquirir coisas materiais, se as coisas estão difíceis, os juros altos, o Governo conivente ou não, o trabalho sem trabalho, no nosso caso, sem recursos, os colegas faltando ao trabalho desestimulados ou alguns muito estimulados, enfim uma infinidade de coisas eu sinto, observo, avalio, critico.
Se isto é verdade mesmo, eu não sou uma pessoa fria, indiferente. Talvez eu não consiga observar o que está debaixo do meu nariz, mas bem que observo o que está no nariz do outro. Olha só: tem aquelas outras pessoas com problemas. Nossa como engordaram, ou Meu Deus como emagreceram; empobreceram. Enriqueceram, aquele servidor ganha mais, o outro menos, fulano está assim ou assado, o Presidente da Venezuela, o Hugo Chávez é da turma do Lula, o Lula não sabe nada, o Serra sabe tudo, enfim…
Fala-se de tudo e de todos e sobre tudo e sobre todos. Aqui, acolá.
Ora, então não somos tão desligados assim. Há uma conexão quando se tem interesse.
Daí a consequente avaliação de que o que nos levou ao Movimento Paredista iniciado em abril último era sim de conhecimento de todos.
Em menor ou maior escala, com pouca, quase nada ou alguma ou muita profundidade todos sabem sim que desejamos melhorar a nossa carreira chamada de especialistas em meio ambiente.
De que maneira sabemos?
Não é novidade que ficamos oito anos no Governo F. Henrique sem aumento de salários, lembram-se?
Que de 1990 pra cá os recursos tem sido cada vez menores para os projetos de trabalho.
Que ficamos à mercê de gestores indicados politicamente e que entram e saem sem deixar marcas de trabalho.
Que chegamos a sentir saudades do tempo em que ser servidor público era motivo de orgulho nas famílias.
Tempo em que as pessoas mantinham uma certa cordialidade no trabalho; as pessoas se respeitavam mais quando se cumprimentavam, congratulavam-se em eventos, dividiam as suas alegrias e tristezas, se especializavam e estudavam e tinham o seu mérito de conhecimento público.
Uma história de trabalho era respeitada, lembrada sem que isso fosse chato, desnecessário e coisas de quem está velho e já na hora de aposentar-se…
Como era bom sentar-se diante de um colega mais experiente e perguntar a sua opinião sobre um documento, um encaminhamento, uma atitude a tomar…
Demorava-se sabiamente mais tempo para aprender e apreender para só depois candidatar-se, aceitar funções de confiança.
E tantas e tantas outras coisas que afinal eram simples e faziam parte do cotidiano do serviço público.
Então todo este acúmulo e acontecimentos, desastres de gestão, erros de observação, de condutas, chegam a um ponto insuportável e além do mais, constata-se sim no dia a dia o quanto estamos mal remunerados. Sente-se na pele e no bolso e na mente de quem tem compromisso e comprometimento com a sua tarefa.
O que estou fazendo no meu trabalho? Para quê? Com quem?
Afinal, aonde o meu trabalho vai me levar, e ainda mais importante, sendo da carreira de meio ambiente e ouvindo sobre tudo o que está acontecendo no Planeta Terra: o que estou fazendo e qual o meu real papel na grande tarefa de pertencer aos quadros dos órgãos ambientais federais, tão importantes para legitimar a preservação e conservação dos recursos naturais?
Só chego e saio, viajo, retorno, recebo o meu salário e não penso em mais nada?
Sinceramente não acredito nisto!
Nesta breve reflexão quero qualificar os nossos colegas de trabalho como seres que sabem exatamente qual é o significado da palavra e do contexto de uma greve. Tanto sabem que na Assembléia em que foi deliberada sobre a Greve, tivemos um número significativo de pessoas que votaram a favor do movimento que legitimamente requer que o Governo cumpra o acordo firmado com a categoria e que na reestruturação de nossa carreira tenhamos a dignidade de exercer a função de cuidadores do meio ambiente com condições ideais de salários, de possibilidades de ascensão, segurança em nossas andanças em campo e fundamentalmente que os nossos gestores sejam pessoas que qualificadas, preparadas, experientes saibam dialogar, conduzir, avaliar, ouvir e decidir com conhecimento sobre os destinos de nossa fauna, de nossas florestas e de tudo o que se relaciona ou se interrelaciona com o meio natural e o construído.
Então, será preciso repetir e tomar emprestado na Wikipédia que:
“Greve é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer atividades, remuneradas ou não, para protestar contra algo.”
Se de fato, somos seres pensantes, conscientes do que acontece ao nosso redor, sofredores na carne do descaso para com o servidor público em geral, angustiados e diretamente afetados pela inoperância do poder público da área ambiental, conhecedores da realidade das comunidades urbanas e rurais abandonadas à própria ignorância em saberem-se fora do contexto social, desmobilizados pela nossa ausência e incompetência, preguiça, desmazelo com a coisa pública como então nos comportamos de maneira individualista, mesquinha, sarcástica e adotamos a prática tão conhecida dos movimentos e chamada de FURA-GREVE?
Fura-greve (que tal qual o fura-fila e o fura bolo) é segundo a nossa Wikipédia:
“é um termo pejorativo utilizado tanto para designar trabalhadores que de forma pouco ética e sem solidariedade aceitam trabalhar temporária ou permanentemente nos postos de trabalhadores paralisados, mobilizados em uma greve, quanto uma minoria de trabalhadores que se exime de uma greve em detrimento da mobilização de seus colegas.”
Se você é um ser pensante e um ser humano, saia desta condição.
Deixe-se lembrar pela postura saudável de companheirismo.
Não fure nunca mais uma fila ou uma greve e seja solidário com a sua condição de ser que pensa, que reflete, que decide o que é melhor para a sua caminhada nesta Terra.
Venha para a luta companheiro ou companheira.
À luta, a batalha.
Ao vencedor o eterno prêmio e a cabeça erguida por ter tentado!
Maria de Lourdes C. S. Cantarelli
Com muito orgulho, educadora ambiental do ICMBio, em processo de transferência para o IBAMA, ativista da questão dos quelônios brasileiros e amazônicos, consciente de que a futura geração se faz agora por meio do trabalho educativo com as crianças e os jovens.
Goiânia, 02/06/2010.
Prezados colegas de Goiania. Nós aqui não entendemos sobre essa reunião com SRH/MPOG.
Haverá uma reunião neste dia?? Qual será o assunto.
Agradeço desde já a atenção.