Bom dia companheiros e companheiras!
Estamos passando por um momento sombrio da história dos órgãos de proteção ao meio ambiente Brasileiro. Como se não bastasse a divisão estúpida e sem sentido ambiental promovida pela ex ministra Marina Silva e seus comparsas em 2007, o governo vêm adotando uma série de ações que, se nós nos calarmos, irão levar à redução (e quem sabe até ao desaparecimento) dos órgãos de meio ambiente do Brasil.
Nesse conjundo de atitudes governamentais contra os órgãos ambientais a ação mais recente, e talvez a mais cruel, tem sido a intransigência em negociar um plano de carreira mais justo para o servidor. As diferenças de salário existentes entre os órgãos executivos do MMA e carreiras similares do serviço público federal fazem com que os servidores da área ambiental estudem cada vez mais para concursos públicos de outras áreas, mais bem remuneradas.
Isso é natural, e nós devemos entender que mesmo com salários altos, sempre haverá servidor tentando ingressar em outra carreira. Contudo, quando o diferencial não é simplesmente o salário, essa migração se dá por outros fatores, como a realização profissional de trabalhar em sua área específica de formação, a afinidade com a carreira desejada ou mesmo a proximidade entre a casa e o local de trabalho.
Entretanto não é isso que está acontecendo com os servidores da área ambiental. Estamos perdendo colegas porque nossas tabelas salariais estão muito defasadas em relação à diversas carreiras do executivo federal, inclusive de carreiras que historicamente sempre tiveram tabelas salariais semelhantes às nossas.
O grande problema começa exatamente nesse ponto. A fuga de servidores para outros órgãos (ou ainda para a iniciativa privada) ocasiona um acúmulo absurdo de trabalho para os servidores que ficam nos órgãos. Soma-se a isso o volume crescente de trabalho, especialmente após o início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e demandas “urgentes” dos Ministérios Públicos, que vêm com curto prazo determinado para a resposta.
O resultado dessa situação é um verdadeiro caos administrativo: os poucos servidores que permanecem mais tempo no órgão devem se responsabilizar pela condução de um número crescente de processos, realizar vistorias, escrever relatórios e parecers, analisar imensos estudos ambientais, encaminhar ofícios e memorandos, enfim, ficam soterrados por um volume insano de trabalho. Tantas tarefas levam à duas consequências negativas: a qualidade do trabalho diminui consideravelmente e o servidor perde o controle sobre os prazos legais a serem atendidos. E nesse contexto que por sí só já é nefasto, o governo ainda lança medidas de redução de prazos legais para a análise de estudos ambientais. E a cada novo edital de concurso público mais uma leva de servidores se da área ambiental se despede de seus órgãos em busca de maior segurança financeira para sua família.
Assim, fica bastante evidente que o problema tem solução. Em 2009 o Ministro Carlos Minc encaminhou para o ministério do Planejamento o Aviso Ministerial nº 238, que levava em anexo uma ampla proposta de Plano de Carreira para os servidores da área ambiental, incluindo a revisão das tabelas salariais para todos os níveis da carreira, gratificações por especialização e por atividades de risco, entre outras coisas. Essa proposta pode resolver o problema de evasão de servidores e melhorar muito a gestão de meio ambiente no Brasil. Contudo, ela está sendo sumariamente ignorada pelo MPOG.
Após diversas reuniões que se mostraram infrutíferas, os servidores da carreira de Especialista em Meio Ambiente decidiram entrar em greve geral por tempo indeterminado, e cobrar do governo uma atitude no sentido de melhorar as condições salariais e de trabalho da carreira. Sem essa melhoria, os órgãos ambientais Brasileiros correm o risco de desaparecer na forma como eles existem hoje.
Diante desse quadro, nós, servidores, não podemos nos calar. Somos responsáveis pela redução dos índices de desmatamento, pelo controle da execução de grandes obras, pela gestão dos recursos ambientais. Temos em nossas mãos a responsabilidade de mantermos o meio ambiente preservado para as futuras gerações. Somos pressionados pelo governo, pelos grandes empreendedores, pela sociedade. Então temos que nos valorizar e nos fortalecer! Se a negociação pacífica e justa não foi o caminho, restou-nos apenas o instrumento da greve.
Com a unificação de nossas forças em âmbito nacional sairemos vitoriosos desse processo. Não vamos nos deixar abater por atitudes terroristas como o corte de ponto ou o bloqueio da visualização da prévia do contracheque! UNIDOS VENCEREMOS
Até a vitória companheiros!
Luciano
Caras pessoas,
já estava achando que o uso da internet estava muito timído, pois é uma maneira que mesmo os que estão em casa, por motivo que for, podem participar e afinal estamos no século 21……
Assim fiquei muito interessada com o blog da asibama, porém ele peca por continuar falando para nós mesmo.
A população não está nem sabendo que estamos em greve e praticamente o bolg não fala no que está acontecendo em relação ao meio ambiente no país.
Da greve os principais meios de comunicação não falam , porém está estampado que o Ibama está concedendo licenças ambientais para tudo, principalmente para obras polêmicas, desculpe perguntar, mas se estamos em greve como pode??????
Temos que agregar os VILIPÊNDIOS que estão fazendo conosco e que não é só questão de plano de carreia, salário, etc. Lógico que isto é importante, eu que o diga, mas trabalhar “no dá ou desce” é o fim de qualquer dignidade, se é que isto vale para alguma coisa …
Leonor Ribas de Andrade
Ibama – SUPES/RJ
Olá Leonor! Eu sou da DILIC/SEDE e posso garantir que as licenças que estão saindo já estavam prontas quando a greve começou, mas o voverno vêm usando isso como instrumento para o enfraquecimento da nossa greve. Nenhuma licença nova IMPORTANTE saiu do IBAMA desde que a greve começou. Algumas licenças pequenas saíram, emitidas pelos poucos servidores que estão trabalhando no licenciamento (de fato são só duas), mas nós vamos tomar medidas jurídicas se constatarmos que essas licenças foram emitidas irregularmente. Um grande abraço e até a vitória!
Greve é sinônimo de união e respeito a decisão tomada conjuntamente. Infelizmente não foi isso que tivemos na superintendência no Tocantins. Alguns espertos apoiaram a greve, votaram por ele, e depois assinaram toda folha de ponto. Quem deu a cara a tapa está com alguns reais a menos na folha de pagamento. Lamentável.
Força pra todos nós!
Olá pessoal… recebi vários e-mails dizendo que não haveria problema se os servidores que estão em estágio probatório aderissem a greve… Pois bem… Ao consultar a prévia do meu contra-cheque hoje eu vi que me deram falta e me descontaram 300,18 reais. Todos sabem que inassiduidade é um dos pontos que mais resultam em rua para pessoas no estágio probatório. Queria saber o que o comando já fez em relação a essa atitude da SRH. Se não puderem fazer nada nesse momento acredito que deveriam informar os estados a não repassarem as folhas de ponto. Aí não tem como eles saberem quem está ou não paralizado.
Olá Wallace, você está falando de duas coisas distintas: corte de ponto não nem nada à ver com a inassiduidade. Jamais farão qualquer coisa nesse sentido, pois é notório que o direito à greve é uma garantia constitucional, independentemente da situação do servidos no órgão. Vamos nos concentrar e fortalecer mais ainda o movimento, que no final venceremos. Abraços!
Por que nossa luta é imprescindível?
Luciano, considero de grande pertinência sua manifestação e seu trabalho de divulgação do movimento grevista.
Não parece coisa orquestrada desse governo? Primeiro vem Marina Silva, e para melhor governar decide fragmentar e dividir a instituição responsável pela execução das políticas públicas ambientais. Resultado, sangrou o Ibama e condenou o ICMbio à mortalidade pela asfixia e falta de recursos. De quebra eliminou a Educação Ambiental da estrutura dos dois orgãos. Sem educação não se gera conhecimento nem tranformação, essa tática que visa vendar os olhos e pensamentos é comumente usada nos governos ditatriais. Agora o ministério do planejamento por ordem superior desconsidera solenemente o acordo para restruturação da carreira e nos rouba esperança de exercer nossas funções de forma digna, compatível com os preceitos institucionais e com desejo da sociedade brasileira.
Quanto a nós servidores públicos da área ambiental federal, restou a luta e a ressitência, com organização e união necessária para se alcançar a vitória. É nossa obrigação inclisive como cidadão. Tenho certeza que através da luta chegaremos lá, é um trabalho muito árduo, mas repito chegaremos lá e pela estrada principal, eles näo sabem o que fazem, mas nós sabemos, haja vista esse movimento bonito de se ver com a participação guerreira dos novos e antigos da carreira. Poderia tanto dizer, mas acho melhor que a reza seja curta pro santo não entediar.
Thais Salmito do Ibama do Rio de Janeiro, antiga na Carreira, mas não cansada de guerra e sobretudo acreditano na força desses novos guerreiros.