A poucos dias do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, muitos de nós, servidores federais, estamos em greve ou em vias de realizar alguma paralisação. Há séculos, os trabalhadores utilizam esse instrumento para obter conquistas e direitos como férias, décimo terceiro salário e jornada de oito horas diárias.
Desta vez, no serviço público federal, não é diferente. Há anos, batalhamos para recuperar as perdas salariais, além de reivindicações básicas como planos de carreira, inexistentes em vários órgãos até hoje.
As greves no Ibama, ICMBio, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Secretaria do Patrimônio da União (SPU) vêm nesse sentido, assim como as paralisações no Ipen e no Incra.
Segundo declarações do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira, aos próprios servidores, estes já teriam conquistado excelentes acordos no governo Lula, muitos ainda em vigor. Por isso, não haveria o que pedir, seriam reivindicações “excessivas”.
Esta seria a justificativa para seguir ignorando os servidores, desmarcando reuniões sem motivo, negociando sem apresentar proposta concreta, entre outras práticas que temos visto. O MPOG também alega questões de ordem “ética” para não deixar “dívidas” para o próximo governo.
Porém, se os governantes vão e vêm, os servidores públicos permanecem. Para que façam um trabalho de qualidade à população, é preciso que tenham condições. E, para isso, não precisamos esperar o próximo governo. Queremos que este cumpra seus compromissos.
Com alguma pressão, temos visto que isso é possível. Assim como os operários do século 19 só conseguiram a jornada de oito horas com greves e ocupações de fábrica, tudo o que obtivemos neste governo decorreu das nossas mobilizações. Só assim as reivindicações são atendidas.
Não foi por acaso que o governo marcou reuniões com diversos órgãos para os próximos dias (veja na página 4). Muitos desses órgãos foram ignorados nos primeiros meses do ano, como ocorreu com a SPU. Agora, com estes em greve, o governo marcou uma data para negociar novamente.
Mas não devemos diminuir nossa mobilização por causa desse recuo. É preciso expandir as greves para pressionar o governo a apresentar propostas concretas, que de fato melhorem a vida do servidor.
Não sabemos como serão as negociações no próximo ano. Portanto, este é o momento de jogar todas as nossas forças.
Jornal Sindsef, SP
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